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Identidade Linguistica

terça-feira, 21 de junho de 2011

Como a Unila tem se destacado e sido alvo de diversos comentários, não somente aqui na região da tríplice fronteira, com também, na América Latina. Estamos hoje com mais um destaque da Unila, e dessa vez o destaque é para  Lisete Barbosa - estudante do Curso de Ciências Econômicas - Unila. Com uma belíssima publicação no jornal "Gazeta do Iguaçu" sobre Identidade Linguística. a publicação é a seguinte:


Identidade linguística
“Falar o português correto”, quantas vezes nos deparamos com esta questão. Na escola onde aprendemos o português culto, no cotidiano das empresas e nas falas de nossos políticos onde a regra linguística se torna obrigatória.
Considerando o fato histórico, de nosso país ter sido colonizado pelos portugueses, esta forma linguística chamada norma culta de falar, foi uma imposição do rei de Portugal em 1727 proibindo que se falasse a língua brasileira, o nheengatu, e disseminando a língua estrangeira no Brasil. Nos dias atuais sentimos esta influencia do nheengatu, na existência desta discrepância do modo de falar e escrever, os perigos políticos de manter uma língua com grande adesão nacional, era um risco para a dominação portuguesa.
A forma de comunicação entre as pessoas de um povo é sua identidade e sua unidade, a preservação e a constante afirmação da linguagem original é a forma de retomar nosso sentimento de pertencimento e valorização de nossa pátria.
Em viagem recente há Assunção, participei das festividades do Bicentenário com muita alegria e admiração por este povo acolhedor e valente, pude comprovar a mestiçagem linguística que resiste ao tempo, apesar de ter sido marginalizada pelas elites. O idioma Guarani falado pelos nossos vizinhos paraguaios está no cotidiano da grande maioria das famílias. Circulando pelos ônibus da capital, era comum ouvir os passageiros se comunicando pela sua língua materna.
Por se tratar de uma língua materna carregamos a descendência natural, no Brasil, por exemplo, escrevemos o português da norma culta, mas falamos cotidianamente, com sotaque nheengatu. Segundo José de Souza Martins, professor emérito da Universidade de São Paulo, autor de A sociabilidade do Homem Simples, saboreamos as vogais de maneira peculiar, em oposição ao português de muitas regiões de Portugal, lá se fala “flor”, aqui se fala “fulô”; lá “orelha”, aqui “oreia”. O autor acrescenta ainda, aqui evitamos os infinitivos com os nossos “está”, "fala”, “cantá” ou com reduções como “tá”, “tô”, “né”, sem contar o caso emblemático do “você”, incorporado à fala gramaticalmente correta, mas que é deturpação nheengatu do “Vossa Mercê”. Usado pelos escravos para dirigir-se ás pessoas socialmente superiores, mesmo depois de livres, o habito enraizado na cultura resultante da opressão imposta pelos colonizadores.
Há um equivoco a menção da forma correta do português, pois temos muitas variantes que atuam em nossa linguagem e acrescento ainda, que a esta imposição de regra linguística é a mais clara forma de exclusão social, porque o domínio da retórica nos impõe uma hierarquização social.


Liste Barbosa – estudante do curso de Economia da UNILA - Universidade Federal da Integração Latino- Americana
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